terça-feira, 15 de julho de 2014

Bem-eu-quero

Eu queria fazer algo bonito, escrever uma poesia que tocasse o coração das pessoas. Eu queria fazer isso enquanto comia brigadeiro com banana, e ouvia as músicas que levavam minha mente pra longe. Ou talvez assistisse àquele filme que ele tanto me indicou. Eu queria receber um elogio pelo texto, quem sabe até alguém comentasse, ou fizesse uma citação minha em seu Facebook. E depois disso, eu queria passar minha noite conversando com alguém, de preferência alguém que eu goste muito (um doce se você adivinhar quem é). Eu queria dormir tarde, mas acordar cedinho, olhar a manhã se desenrolando com preguiça, e depois sair por aí como se tivesse algo importante pra fazer, brincando de ser adulto. Eu queria chegar em casa e achar uma visita inusitada, quem sabe minha mãe (será que ela um dia faria isso por mim?), ou quem sabe você (sim, você). Queria que essa visita me desse um abraço e me perguntasse como vai, e eu queria muito poder responder com sinceridade, sem precisar fazer sentido. Eu queria poder abrir meu coração sem causar pena, desconcerto, eu só queria mesmo falar. Depois que essa visita fosse embora, ou quem sabe ficasse por mais tempo, eu queria subir e ouvir uma canção que marcasse aquele momento, que me fizesse lembrar disso meses depois. Eu queria ficar dois segundos sozinha por vontade própria, e não porque fosse minha única opção, e antes de dormir, eu queria o beijo de boa noite dele, queria seus braços ao meu redor, seu calor me embalando como uma canção de ninar. Eu queria não ter que levantar dessa cama. Eu queria poder passar a vida toda assim. Mas os quereres mudam com o tempo. Eu queria acordar no dia seguinte e poder sorrir pro espelho, não achar tudo assim, tão feio. Talvez eu apenas queira ter certeza de alguma coisa, ou de alguém no meu dia. Eu queria fazer parte da sua vida, assim como queria que que você fizesse parte da minha. Mas o que eu mais queria, mesmo, era parar de tanto querer.

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