Eu queria fazer algo bonito,
escrever uma poesia que tocasse o coração das pessoas. Eu queria fazer isso
enquanto comia brigadeiro com banana, e ouvia as músicas que levavam minha
mente pra longe. Ou talvez assistisse àquele filme que ele tanto me indicou. Eu
queria receber um elogio pelo texto, quem sabe até alguém comentasse, ou
fizesse uma citação minha em seu Facebook. E depois disso, eu queria passar
minha noite conversando com alguém, de preferência alguém que eu goste muito
(um doce se você adivinhar quem é). Eu queria dormir tarde, mas acordar
cedinho, olhar a manhã se desenrolando com preguiça, e depois sair por aí como
se tivesse algo importante pra fazer, brincando de ser adulto. Eu queria chegar
em casa e achar uma visita inusitada, quem sabe minha mãe (será que ela um dia
faria isso por mim?), ou quem sabe você (sim, você). Queria que essa visita me
desse um abraço e me perguntasse como vai, e eu queria muito poder responder
com sinceridade, sem precisar fazer sentido. Eu queria poder abrir meu coração
sem causar pena, desconcerto, eu só queria mesmo falar. Depois que essa visita
fosse embora, ou quem sabe ficasse por mais tempo, eu queria subir e ouvir uma
canção que marcasse aquele momento, que me fizesse lembrar disso meses depois. Eu
queria ficar dois segundos sozinha por vontade própria, e não porque fosse
minha única opção, e antes de dormir, eu queria o beijo de boa noite dele,
queria seus braços ao meu redor, seu calor me embalando como uma canção de
ninar. Eu queria não ter que levantar dessa cama. Eu queria poder passar a vida
toda assim. Mas os quereres mudam com o tempo. Eu queria acordar no dia
seguinte e poder sorrir pro espelho, não achar tudo assim, tão feio. Talvez eu
apenas queira ter certeza de alguma coisa, ou de alguém no meu dia. Eu queria fazer
parte da sua vida, assim como queria que que você fizesse parte da minha. Mas o
que eu mais queria, mesmo, era parar de tanto querer.
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