quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Pra você, que devia me amar

Esse tipo de postagem eu sempre começo pedindo desculpa pelo drama, e dessa vez não vai ser diferente. E como eu sempre digo, eu precisava disso. Um texto banhado a lágrimas saindo do forno ;)

Sabe, eu queria ter sido mais pra você, mais que sua irmãzinha mais nova, mais do que uma desconhecida. Eu queria ter tido aquele carinho que sempre ouvi falar, mas nunca vi em seus olhos. Eu queria ter corrido pra sua cama quando um pesadelo me atormentava. Mas eu não podia, a porta estava trancada, ela estava lá dentro. Sabe, eu queria ter te contado aquelas minhas notas altas, eu te chamei, você respondeu, mas você estava olhando pra ela. Eu queria ter recebido sempre seu beijo de boa noite, pra afastar os monstros de baixo da cama ou de dentro do guarda-roupa, mas você estava ocupado, beijando os lábios dela. Eu queria ter sido mais do que aquela menininha que você brincava de bola, e depois saia com seus amigos, deixando sozinha no alpendre com o olhar distante. Eu queria ter sido sua maior preocupação, mas você estava ocupado se preocupando com ela. Eu queria ter te levado na escola, e te apresentado para as minhas amigas, mas você não estava em casa quando saí, ou ela estava lá com você. Eu queria que você tivesse brigado comigo, ao invés de deixar que outros fizessem isso. Eu queria ter aprendido a te respeitar, até um não seu eu queria ter ouvido, qualquer coisa que mostrasse que você se preocupava. Eu queria que você tivesse ido à minha primeira festa comigo, os pais de todos os meus amigos estavam lá, eu era a única sozinha. Eu queria ter te dito eu te amo, e escutado pelo menos um eu também de volta. Nem isso. Eu queria que você nunca tivesse me dito que certas coisas não precisavam ser ditas, pois estavam subentendidas. Então por que você sempre dizia pra ela? Você estava lá, comigo, na minha formatura de terceiro ano, mas seus olhos estavam nela, você ao menos esboçou um sorriso por eu ter conseguido. E na festa a fantasia? Você nem lá estava pra ver como eu fiquei vestida de bruxa, nem que fosse pra zoar da minha cara. Em todas aquelas noites em que eu ia dormir com o rosto marcado por lágrimas, por saber que elas eram tudo pra você, e eu, era apenas uma personagem secundária, que com sorte, conseguia uma fala na próxima cena. Sabe, eu queria ter te abraçado naquela noite, mas você tinha um bebê no colo. Eu queria que você tivesse me dito fica, quando eu disse adeus. Eu queria ser pra você, tanto quanto eles conseguem. Eu queria ter sido sua primeira filha, mas eu fui só sua irmã mais nova. Eu ainda queria te chamar de papai. Eu queria conseguir fazer isso. Eu queria que você me priorizasse uma vez na sua vida. Eu sei que ele estava comigo sempre, eu sei que ele foi meu pai de verdade. Eu sei que você estava lá, mas eu não sei porque não quis ser meu pai. Eu só nunca entendi porque eu nunca fui boa o suficiente.

sábado, 21 de setembro de 2013

Era uma garota como eu

Eu conheci uma garota parecida comigo. Com os mesmos cabelos cacheados, o mesmo sorriso riscado de malicia, as mesmas cicatrizes... Sua cor preferida? A mesma que a minha. Adorava escrever e ler tanto quanto eu. Tinha até mesmo a mesma mania que eu tenho de morder o lábio inferior. Nós temos os mesmos livros, as mesmas músicas, e gostamos das mesmas séries de televisão. Passar horas jogando conversa fora com quem amamos? É com a gente mesmo. Os mesmos sonhos, as mesmas vontades, o mesmo nariz e a mesma paixão por colares. Aquela velha coleção de etiquetas de roupas ela também tinha, e ela gostava das mesmas pessoas que eu, tinha as mesmas paixões.
Aquele riso descontrolado também a dominava quando ela estava muito nervosa, assim como eu. O sorriso facilmente surgia em seu rosto, assim como no meu, e o senso de humor me era familiar. Essa garota tinha o mesmo nome que eu, e até mesmo o mesmo sobrenome. Mas nós tínhamos uma diferenças: meus olhos eram medrosos, já os dela, determinados. Enquanto eu sentia medo e me refugiava nesse sentimento, ela tentava lutar contra ele. Uma vez lhe perguntei se ela não sentia medo, a resposta foi simples: sentir eu sinto, mas sinto mais medo ainda de não vencê-los. Ela lutou contra tudo que a atormentava, mas logo novos temores surgiram, e quando achei que era o fim, ela simplesmente continuou a lutar. Sem se forçar, sem se humilhar, às vezes se machucando, mas sempre se superando. Um dia eu conheci uma menina que era meu rosto refletido no espelho.

Tudo que eu tinha, ela também tinha, mas em mim, faltava sua coragem. Um dia, eu conheci uma menina que me ensinou uma lição. Ela me ensinou que eu poderia ser como ela. Ela me ensinou que a diferença entre quem tem coragem e quem é covarde, é a ausência de força de vontade. A ausência de determinação. Um dia, eu conheci uma menina, que fazia parte de mim. E essa parte queria me mostrar, que eu era muito mais do que poderia sonhar.

sábado, 7 de setembro de 2013

Remember me

É, eu só sei falar de sentimentos u.u bom, se não tem outro jeito... Aí vai.

Hoje eu lembrei dele. Lembrei da cama em que eu, por tão poucas vezes, me senti tão bem. Lembrei do lençol dessa cama, o qual já nos cobriu, como um só. E foi tão bom, tanto ter estado lá, como lembrar disso. Lembrei das nossas conversas às 03:00 da manhã, e de como eu queria que nunca mais amanhecesse. Lembrei do teu ombro, onde eu me deitava e ouvia tuas histórias com atenção. Lembrei da vez em que tomamos banho juntos, das marcas que eu deixei em sua pele, e de como eu ri da sua careta de dor. Lembrei do começo, tudo se iniciou com uma brincadeira boba. Lembrei de quando começou a surgir um sentimento. Foi estranho. Lembrei de como eu tentei refrear isso, não sentir, de como eu senti medo de isso acabar machucando. Lembrei do cipume que surgiu e das (muitas) brigas. Lembrei de quando você disse que nunca poderíamos ficar juntos, porque, além de tudo, iamos passar o dia brigando. Lembrei, e me senti surpresa por isso, que aquilo pode ter machucado. Talvez porque aquelas palavras disseram o que eu queria negar. Lembrei das brincadeiras, dos beijos, dos erros, das mágoas, do suor, das roupas jogadas no chão, dos dias em que não nos falávamos, das palavras que tanto me machucaram. Foi engraçado lembrar e sentir apenas uma ponta de raiva no fundo do peito, e me recordar das vezes em que eu tentava enterrar essas lembranças que tanto doíam. Lembrei de ter criado esperança, mesmo sem querer, memso sabendo que aquilo nunca ia sair das sombras. Lembro que ainda duvido que tenha existido algum sentimento vindo dele. Eu lembro de ter chorado, implorando para alguma força sobrenatural que nem sei se acredito mudar aquilo. Lembro não ter mudado. Lembro de que acabou. lembro de voltar a sorrir. Lembro de me apaixonar de novo, ou talvez apena ster revivido um sentimento que havia inibido por sua causa. Lembro que te esqueci. E lembro que foi bem melhor assim.