terça-feira, 30 de julho de 2013

Conversa de bêbada

                Baixei o copo no balcão com certa força, chamando a atenção das pessoas que estavam ali ao redor, mas elas não se incomodaram muito com minha presença. Pedi ao garçom para me servir outra dose, a qual virei em minha boca em poucos segundos. Senti o álcool descer rasgando minha garganta, mas não me importei, até achei agradável aquela sensação, me fazia esquecer de coisas que minha mente teimava em me lembrar. Falando nessas coisas, acabou passando um flash em minha cabeça da primeira vez que eu bebi pra esquecer. Tinha tanta coisa na minha cabeça, tanta coisa ruim, e ainda ser acusada da morte de minha cachorrinha no meio da festa não ajudou, acho que bebi pra enxugar as lágrimas, que, fiquei feliz com isso, nem chegaram a descer. E sabe qual o principal motivo pra eu ter decidido beber daquele jeito? Te esquecer. Esquecer seu sorriso, sua voz, seu rosto, seus olhos, seu corpo em contato com o meu... Foi só pra parar de pensar em você, e eu consegui, mas a ressaca não me deixou em paz no dia seguinte, não a ressaca física, mas a ressaca moral.
                “Hoje quero beber até esquecer quem eu sou”, foi essa a frase que saiu da minha boca uma vez, em outro bar. Mas não era bem isso que eu queria dizer, se eu fosse analisar profundamente, seria para esquecer a timidez e conseguir dar em cima de alguém, na tentativa desesperada de te esquecer, resumindo, eu queria esquecer apenas quem você era. Mas naquela noite, eu esqueci até meu nome. Não foi uma boa experiência, mas foi uma experiência, e como toda experiência, é válida. Se eu tivesse tanta experiência quanto essa minha última frase, eu já poderia subir ao posto de sábia.
                Eu parei por uns segundos e reparei na minha atual situação, num bar, sozinha porque minhas amigas não apoiavam essa minha personalidade alcoólatra , e ainda pensando em ti. Não acho que as pessoas ali entendessem realmente o que eu sentia, mas a cada lágrima que escorria pelo meu rosto sem querer, elas me lançavam olhares de compaixão e pena, bom, pelo menos tanto quanto a bebida lhes permitisse, porque eu não era a única embriagada ali. Algumas pessoas deviam me achar uma vadia, sempre tem aquelas que pensam assim, outras, uma pobre coitada, que era exatamente como eu estava me sentindo.
                Lamentar minha existência medíocre não a tornava nem um pouco melhor, e eu já tina decidido virar esse jogo. Ram, pobre sonhadora. Até funcionou por um tempo, só tinha um problema, aquela personalidade que usei pra fazer isso não era a minha. E daí? Tudo o que eu queria era não estar na minha pele, quando a miserável da minha mente lembrasse de ti. Mas eu não me sentia bem, e passei a continuar procurando aquela que me faria bem, aquela parte minha que me transformasse numa pessoa feliz, alegre e sem mágoas. Achei. Mas você a destrói todas as vezes que me olha e sorri, ou que fala no telefone com ela. Ou que me olha e sorri enquanto fala com ela. Droga. Pedi outra dose ao garçom, aquilo estava ficando chato.
                Bom, pelo menos essa minha crise envolvendo bebida foi útil, aprendi que: 1- beber pra esquecer não funciona, 2- eu não sou uma bêbada que faz besteira, quer dizer, agarrar alguém numa balada não é besteira. Muita gente faz isso. Ah, e eu não falo besteira também, isso eu já faço sóbria quando tenho coragem, eu nunca peguei o celular e liguei pra alguém só pra dizer um eu te amo, embora pensando nisso agora, eu acho que devia. Pode ser o efeito do álcool agora em mim dizendo isso, mas como eu já disse, não faço esse tipo de coisa, aliás, nem lembro que celular existe.

                Ih, depois de mais umas três doses acho que vou ser enxotada, tá quase amanhecendo e o dono do bar quer fechar, mas uns poucos clientes se recusam a deixar. Pedi mais uma dose, eu já nem lembrava o que estava bebendo, apenas entornei o copo sentindo o álcool descer pela garganta sem grandes problemas. Era hora de dar tchau. Situação crítica em que a pessoa cita Teletubbies. Deixei algumas notas no balcão e me apoiei nele, tentando levantar. Tudo girou. Droga. Consegui com sofreguidão me pôr de pé e fui pra rua pegar um táxi. Mais uma noite virada com muitos copos virados, eu nem queria saber qual minha condição até acordar umas horas depois. E eu só confirmei a informação que me era dada em todos os meus porres, o amor, aquele bonito e verdadeiro, nem o álcool consegue afetar. E sabe por quê? Mesmo nessa noite, eu não esqueci nem por um segundo de você.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Rascunhos

Eu fiz. Eu sei que fiz, eu fiz aquela declaração pra você. Mas ficou ruim, não consegui achar palavras pra expressar o meu amor, então amassei e joguei fora. E aquela carta pra minha amada, minha rainha, minha mãe, ficou feia, ficou simples. Aquela folha foi pro lixo. A homenagem à minha gata, minha companheira, minha melhor amiga, ficou pobre, clichê... Outra folha em vão. Tentei de novo, um simples bilhete pro homem da minha vida, meu herói, meu pai. Ih, não deu certo. Não chegou nem perto do que eu quis dizer, não pôs meu coração no papel. É, não foi dessa vez. Todos aqueles rascunhos enchendo meu lixeiro. Todas aquelas palavras parecendo tão fúteis aos meus olhos. Bufei irritada, e peguei o caderno. Tentei de novo. Dessa vez, uma coisa mais simples, pro pirralho que mais me irrita, mas que eu tanto amo. Uma droga, meloso de mais, idiota de mais. Fiz uma bolinha e joguei pra trás. Mais um rascunho enchendo o lixeiro e minha paciência. Resolvi mudar um pouco, fiz um rascunho diferente. Sorri com o resultado e resolvi passar a limpo. Guardei o rascunho, mas entreguei uma folha daquelas a todas as pessoas que o rascunho não me agradou, mas guardei um segredo comigo. Um segredo que talvez não as agradasse, mas que se eu negasse, estaria mentindo. Aquela folha, aquele único rascunho que me agradou, eu fiz pra mim mesma. Eu sei o que parece, mas os outros rascunhos, eu fiz pros outros, pensando única e exclusivamente em agradá-los, mas o meu, eu fiz pensando em me agradar primeiramente, e deu certo. O que eu tirei disso tudo? Comece se agradando, os outros são consequências disso.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Te perdi, me achei

     Sou meio que contra a esses textos super feministas, onde os homens são os piores seres do mundo, mas fiz esse texto pra mostrar que não vale muito a pena se mudar por ninguém, a não ser você mesmo.       


  Oi, meu bem. Não sei se se lembra de mim, até porque eu não sou mais aquela que você conheceu, nem aquela que você moldou a sua forma. Não digo que foi tempo perdido aquele que passei com você, aprendi muito, muito mesmo, sobre várias coisas, como matemática (admito que me ajudou bastante a não reprovar), filmes antigos,  música brasileira, mas acima de tudo, eu aprendi sobre mim. Isso aí. Tudo que você me apresentou foi muito bom, e tal, mas nisso tudo, eu acabei esquecendo do que eu gostava, do que me fazia feliz, e passei a só ligar pros seus gostos. Até meu cabelo, meu precioso cabelo, eu mudei, deixei do jeitinho que você mais amava, mas minha própria imagem no espelho não me agradava. E quem disse que eu ligava? Eu só ligava pra você. Mas e agora? Você não tá mais aqui, e eu senti falta, mas falta de mim. Eu era feliz antes de você chegar e me mudar completamente, tanto que quando você se foi, eu me senti perdida por não saber mais quem eu era. Precisei de muito tempo pra me recuperar, recuperar minha própria personalidade. Algumas coisinhas eu nunca esqueci, tipo aquele CD que você me emprestou e que eu viciei, ou aquela música que você dedicou pra mim, mas eu não gosto deles só por causa de você, mas porque também me agrada.  Eu te amei muito, mas no fim, aquele amor não foi o suficiente pra me deixar de pé, eu precisei me amar pra conseguir levantar, eu precisei te perder pra voltar a me encontrar.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Tonight I' m Getting Over You ♪

Desculpem os erros, se tiver algum,. esse teclado não colabora '-' acho que deu pra notar que eu gosto de escrever sobre sentimentos, principalmente os meus ^^      ruim? Bom, pelo menos tudo é sincero  :)

"Hoje deu certo, eu o superei, acordei sem pensar nele, e ele só me veio a cabeça bem depois do almoço. Acho que é assim né, um passo de cada vez, um dia após o outro. Certa vez me disseram que não se percorre um quilometro em um único passo, é preciso uma longa caminhada, cheia de erros e acertos. Alguns dias, parece o fim do mundo não tê-lo aqui, e outros, parece bobagem tanta tristeza, é tão confuso, mas é uma confusão que me deixa feliz. Já não dói tanto assim lembrar de cada momento que passei contigo, e falar contigo então, começa a fazer bem. Eu mentiria de dissesse que não vai haver recaída,  que um dia não vou voltar a chorar pela tua ausência, mas mentiria mais ainda se dissesse que não acredito que vou te esquecer. E é assim que eu vou continuar, te superando um dia após o outro, até que um dia, eu nem chegue a lembrar."