segunda-feira, 11 de novembro de 2013

"Você tem uma nova mensagem"

Sorri ao sentir o celular vibrar. Desbloqueei a tela e li a mensagem. Era muito bom conversar com ele, mesmo que eu só o conhecesse há dois dias e só por mensagens. Não importava, eu estava gostando de conhece-lo. No fundo, era isso que eu precisava, conhecer outros sentimentos, outras pessoas, ou outra pessoa apenas. Mas sem dúvidas, eu precisava esquecer um certo alguém. Recebi outra mensagem que me fez rir, respondi e voltei o olhar para a tela do computador, ele estava online. Droga, nem conseguir parar de pensar nele eu consigo, como vou esquecê-lo?, indaguei a mim mesma, era complicado amar alguém. Sim, amar. Eu já admiti, e odiei, isso há um tempo. Não é legal dizer nem pra você mesma que o primeiro cara que você amou na vida, é justamente aquele que você tem certeza que nunca ficará, simplesmente porque... Bom, não tem porquê, é só minha opinião diante da nossa convivência. Por mais que seu namoro tivesse ido pelo ralo (mil pulinhos de alegria), eu sabia que seu coração não estava vazio ainda, e muito menos, um dia me guardaria ali dentro. Doía, mas eu sabia. Outra vez o celular anunciou uma mensagem. Mesmo que eu soubesse que esse sentimento não sairia de mim tão fácil, eu tentava gostar de outras pessoas, nem que fosse pra sofrer por alguém diferente, mas definitivamente era algo problemático. Mas eu me sentia bem falando com aquele cara totalmente desconhecido, que podia muito bem ser um psicopata, um velho pedófilo, ou até uma mulher louca se passando por homem. Respondi contando sobre uma cena do filme que fui ver no cinema à tarde, o que o fez rir. Coloquei o celular sobre meu peito, já que estava deitada no sofá com o notebook sobre minha barriga, e deixei que minha concentração se voltasse a história que eu lia em um site. Bonitinha, romantiquinha e bobinha, do jeitinho que eu gosto. Senti o celular vibrar cinco vezes antes de resolver checar as mensagens. Terminei o capítulo e fui ler o que ele havia me mandado. Arregalei os olhos ao constatar que apenas três mensagens eram do meu mais novo amigo-que-pode-ser-um-maníaco, as outras duas eram... Dele. Meu coração disparou e tudo que consegui pensar foi: parece que ele sente que não estou pensando nele, e resolve fazer algo para reverter essa situação. Respondi rapidamente e tentei me focar na história, ou na outra conversa, mas aquele tópico parecia atrair meus olhos como um imã. Meu coração falhava uma batida a cada resposta dele, que eram totalmente opostas ao que eu queria ler, então eu corria para a outra conversa para me refugiar. Mais ou menos uma hora depois, ambos já haviam me dado boa noite e deixaram de responder. Respirei aliviada, porém triste por não ter mais ninguém para conversar. Mas quer saber? Talvez fosse melhor assim. Talvez meu melhor refúgio fosse a solidão, onde nenhuma palavra me atingiria, me deixaria triste, ou mesmo me alegraria. Ora, a quem eu queria enganar? Minha vontade era mandar uma mensagem pra ele implorando pra que voltasse e não me deixasse sozinha. Mas de que adiantaria? Eu só estava me enganando, nas duas situações, pois manter um contato com ele, era jogar carvão no fogo que queimava meu interior chamado esperança, e, eu bem sabia, era um fogo que só ia servir pra deixar queimaduras e feridas abertas. Coloquei o celular longe de mim para evitar fazer uma besteira, e voltei a ler a história, conseguindo, por uns minutos, me teletransportar para aquele mundo que não era meu, mas que me fazia tão bem. Lógico que eu não podia fugir do mundo real pra sempre, e o barulhinho do chat fez questão de me lembrar disso quando chegou uma mensagem nova. Suspirei fundo e troquei a aba para visualizar, estranhei o nome na tela, quem era aquela pessoa? “Oi, tudo bem?”, respondi que sim e perguntei o mesmo rapidamente, curiosa para saber o que ele realmente queria. “Desculpe incomodar, é que eu tava lendo seus últimos posts no blog, são muito bons!”, sorri minimamente, ele lia as bobagens que eu escrevia? Ele gostava?! Segui madrugada a dentro conversando com aquele cara que gostava do que eu escrevia, e logo ele virou o cara que gostava de Beatles, o cara que odiava ter que sair de casa todo dia, o cara que estava me fazendo esquecer outros caras... Eu não ia dizer que, depois de uma conversa, ia esquecer tudo que estava no meu coração, jogar tudo o que eu sentia fora e colocar coisas novas lá dentro assim, de repente, mas eu podia continuar tentando, conhecendo novas pessoas, tentando descobrir novos sentimentos, até então estranhos para mim, até que um dia, deixariam de ser novos, pra ser algo que me preencherá por inteiro, todos os dias.

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