Me
abraça e sussurra em meu ouvido que não consegue me entender, que eu sou louca,
que eu não fui feita pra você. Me beija enquanto resmunga que odeia minhas
manias, meus risos histéricos, e até a minha companhia. Olha em meus olhos
enquanto reclama da minha preguiça, da minha ironia e talvez até da minha malícia.
Pega minha mão enquanto me devora com os olhos, enquanto confessa que não
consegue ficar assim, tão longe de mim. Respira fundo enquanto grita que me
odeia, que não me suporta, enquanto tenta convencer a si mesmo que não importa.
Fecha os olhos enquanto diz, sem barreiras, que eu te amo e você me ama, que eu
posso te fazer feliz. Cerra os punhos enquanto confessa, sem nenhuma pressa,
que mesmo tão diferente de você, sem mim, você não consegue viver. Sorri
enquanto me mostra que meu sal te adoça, e teu açúcar me salga, tão diferentes,
tão sinceros, tal como um pedido feito do fundo da alma. Me ama, enquanto eu te
amo, tão diferentes, tão iguais, tão completos, como sal e açúcar, os temperos certos.
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