Um dia. Ou dois, no máximo.
Estava mesmo sério assim? Nem parecia uma coisa tão grande quando nossos
olhares se cruzaram pela primeira vez. Parecia só... Que você era outro carinha
bonito que ia passar por mim sem nenhum suspiro a mais. Fui tola? Ou
simplesmente eu não poderia adivinhar? Não diria que um dia sequer nos
falaríamos, mas que coisa, esse dia foi ontem. Fui fisgada? Não! Anos pra
erguer muralhas e barreiras, e você acha que tem o direito de chegar e derrubar
tudo com seus “eu sei”, com seus olhos que me enxergam melhor do que qualquer
um já fez?
É pra
acreditar? Parece tão irreal que o tempo tenha se tornado uma unidade de medida
tão inútil. Talvez ele realmente não signifique nada, ou talvez o relógio
esteja ali naquele tic tac frenético pra me lembrar que não é hora ainda de me
jogar de cabeça, que é cedo pra mergulhar num mar desconhecido assim. Só que...
Ele parece ter rodado mais do que realmente rodou, ou eu só imaginei por achar
que você já tinha tido tempo o suficiente para me desvendar, me dizer coisas
que não seriam mais só pra me conquistar, mas sim, apenas verdades que fluíam por
seus lábios. Teria o relógio me enganado?
Até
minhas palavras se atraíram por você. Elas simplesmente pulavam da minha boca,
como se ali fora lhes fosse mais apropriado. Traída por minhas próprias armas.
Quem diria. Você como todo bom psicopata, roubou-me as palavras, e agora, os
pensamentos.
Não sei
bem como lidar com o novo, principalmente, quando ele simplesmente nunca havia
acontecido antes. Você sabe, sempre tem aquele novo que é velho, que já
aconteceu, mas em outro tempo, com outro protagonista. Mas esse novo inédito me
tira o sono. E as palavras. Palavras essas que me faltam pra terminar o texto,
embora eu não ache que precise, porque esse deu-se aos dois dias, ou um, já nem
sei mais, os próximos, quem sabe, venham com o resto da história. Eu não sei,
na verdade, nem o que esperar, mas tenho uma proposta, descubra junto com essa
boba nos próximos capítulos desse livro, meu preferido por sinal, intitulado Vida.
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