sexta-feira, 19 de abril de 2013

Inveja branca.


Quem nunca ouviu a frase “deixa de ser invejoso menino, que coisa feia”, dos pais, avós, tios, professores e coisas do gênero? Sabe, quando eu era pequena, ouvi muito isso, e confesso, eu merecia! Fui uma criança mimada, admito. Mas ninguém nunca me ensinou que existem dois tipos de inveja: aquela em que se cobiça algo do outro apenas por não possuí-lo e por ser de outro, e aquela em que queremos por que gostamos, sentimos que é realmente necessário. Discorda de mim? Vou te dar dois exemplos que talvez te façam mudar de ideia: quando pré-adolescente (ou pré-aborrecente), ganhei um celular Motorala W375 pink, eu o adorava, mas minhas amigas ganharam um V3 pink. Pense como eu infernizei meu pai pra comprar um pra mim, mas depois de muitos nãos, eu entendi que aquilo era feio (minha atitude, não os celulares), era desnecessário. O próximo exemplo que demonstrará o outro tipo de inveja a qual me referi: sinto inveja do meu único irmão. Ele é o filho que meu pai sempre quis, e eu, a primeira filha, o primeiro erro, sou apenas... Uma espécie de irmã mais nova pra ele (meu pai, não meu irmão). Nunca tratei meu irmão mal por isso, sou absolutamente louca por ele, mas dizer que gosto de ficar perto dele quando meu pai está perto é hipocrisia de minha parte.
                Me sinto meio ridícula admitindo minha inveja assim, mas precisava exemplificar de uma forma que me justificasse. Tenho inveja de todo o carinho, todos os sacrifícios que meu pai faz por ele e nunca fez por mim... Enfim, chega de me expor aqui (pelo menos até o próximo post). O que quis dizer com isso tudo é que sempre nos ensinaram que sentimentos como a inveja são maléficos, mas poucos nos disseram que é normal. Sim, é normal às vezes sentir inveja da promoção de trabalho que sua amiga teve, da nota mais alta que sua irmã tirou, da namorada daquele cara que você é apaixonada (acontece :p), o que não é normal é se deixar corroer por esses sentimentos ao ponto de sabotar a vida, as vitórias dos outros. Acho que já ouvi alguém chamar essa inveja de invejinha branca, que não faz mal. Outro exemplo: ano passado, vi uma pessoa que conheço postar uma foto com o Caio Castro (Lindo, tesão, bonito e gostosão! Tá, parei), lógico que fiquei com inveja e daria tudo pra estar no seu lugar, mas isso não foi motivo pra eu xingá-la (muito) ou sentir raiva de verdade, apenas a achei muito sortuda.
                Não sei se passei a ideia que queria, mas posso dar um último exemplo (juro que chega de exemplos depois desse): não sei tocar nenhum instrumento musical, amo de paixão, adoraria tocar, mas não sei. Morro de inveja de quem toca e em shows musicais, às vezes, me perco no som dos instrumentos, na cara que os músicos fazem ao tocar, uma espécie de êxtase, fico tentando diferenciar baixo de guitarra e etc. Ou seja, uma inveja misturada a admiração que não faz mal nem a mim, nem a eles. Para concluir, quero apenas dizer que, na minha opinião, a inveja branca, é tão normal quanto inevitável, é um sentimento humano, como tantos outros que nos formam, mas temos medo de deixar aflorar.

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