Quem nunca ouviu a frase “deixa
de ser invejoso menino, que coisa feia”, dos pais, avós, tios, professores e
coisas do gênero? Sabe, quando eu era pequena, ouvi muito isso, e confesso, eu
merecia! Fui uma criança mimada, admito. Mas ninguém nunca me ensinou que
existem dois tipos de inveja: aquela em que se cobiça algo do outro apenas por
não possuí-lo e por ser de outro, e aquela em que queremos por que gostamos,
sentimos que é realmente necessário. Discorda de mim? Vou te dar dois exemplos
que talvez te façam mudar de ideia: quando pré-adolescente (ou
pré-aborrecente), ganhei um celular Motorala W375 pink, eu o adorava, mas
minhas amigas ganharam um V3 pink. Pense como eu infernizei meu pai pra comprar
um pra mim, mas depois de muitos nãos, eu entendi que aquilo era feio (minha
atitude, não os celulares), era desnecessário. O próximo exemplo que
demonstrará o outro tipo de inveja a qual me referi: sinto inveja do meu único
irmão. Ele é o filho que meu pai sempre quis, e eu, a primeira filha, o primeiro
erro, sou apenas... Uma espécie de irmã mais nova pra ele (meu pai, não meu
irmão). Nunca tratei meu irmão mal por isso, sou absolutamente louca por ele,
mas dizer que gosto de ficar perto dele quando meu pai está perto é hipocrisia
de minha parte.
Me sinto
meio ridícula admitindo minha inveja assim, mas precisava exemplificar de uma
forma que me justificasse. Tenho inveja de todo o carinho, todos os sacrifícios
que meu pai faz por ele e nunca fez por mim... Enfim, chega de me expor aqui
(pelo menos até o próximo post). O que quis dizer com isso tudo é que sempre
nos ensinaram que sentimentos como a inveja são maléficos, mas poucos nos disseram
que é normal. Sim, é normal às vezes sentir inveja da promoção de trabalho que
sua amiga teve, da nota mais alta que sua irmã tirou, da namorada daquele cara
que você é apaixonada (acontece :p), o que não é normal é se deixar corroer por
esses sentimentos ao ponto de sabotar a vida, as vitórias dos outros. Acho que
já ouvi alguém chamar essa inveja de invejinha branca, que não faz mal. Outro
exemplo: ano passado, vi uma pessoa que conheço postar uma foto com o Caio
Castro (Lindo, tesão, bonito e gostosão! Tá, parei), lógico que fiquei com
inveja e daria tudo pra estar no seu lugar, mas isso não foi motivo pra eu
xingá-la (muito) ou sentir raiva de verdade, apenas a achei muito sortuda.
Não sei
se passei a ideia que queria, mas posso dar um último exemplo (juro que chega
de exemplos depois desse): não sei tocar nenhum instrumento musical, amo de
paixão, adoraria tocar, mas não sei. Morro de inveja de quem toca e em shows
musicais, às vezes, me perco no som dos instrumentos, na cara que os músicos
fazem ao tocar, uma espécie de êxtase, fico tentando diferenciar baixo de
guitarra e etc. Ou seja, uma inveja misturada a admiração que não faz mal nem a
mim, nem a eles. Para concluir, quero apenas dizer que, na minha opinião, a
inveja branca, é tão normal quanto inevitável, é um sentimento humano, como
tantos outros que nos formam, mas temos medo de deixar aflorar.
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