sexta-feira, 14 de março de 2014

Muito prazer

Muito prazer, meu nome é...? Otária? Yohanna? Indecisa? Sofredora? Boba? Chata? São tantos adjetivos, tantas formas de me chamar, que às vezes esqueço qual é a correta. Mas poxa, quem sou eu? Será que eu já soube?
                Estava na parada de ônibus hoje, quando observei uma borboleta voando através da avenida para chegar ao outro lado. Em meio a tantos carros em alta velocidade, tanta pressão do ar sobre ela, suas asinhas pequenas ainda lutavam contra a corrente para chegar ao outro lado. Ela sabia pra onde ia, pra onde tinha que ir. Ela devia saber quem era. Privilégio de seres não pensantes. Já eu não sabia pra onde tinha que ir, ou pra onde queria ir, eu só ia entrar no ônibus provavelmente lotado, rumo ao lugar onde me diziam que era corretor ir, e todas as minhas dúvidas e incertezas iriam comigo, quer eu seguisse aquele caminho ou não, quer eu pegasse a 06 ou o Conjunto Ceará/Aldeota.
                E o que eu podia dizer que realmente sabia? Acredito que minha única certeza é a dúvida. Fui tecida por várias pessoas diferentes, alguns pedaços foram feitos por mim mesma, mas sempre com um toque alheio. Talvez cada fio que se enrosca e forma essa colcha de retalhos de 19 anos de idade traga um questionamento com ele. Inclusive se essa analogia foi bem empregada. Talvez. Aqui está uma palavra que eu gosto: talvez. É o delicioso sabor da incerteza, que tanto amarga quanto atiça. Mas até o mais doce dos remédios vira veneno em dose exagerada. E quem pode dizer que estou certa?
                Errada, errante, ultrapassada ou sempre um passo adiante? Quantos pontos de interrogação são necessários pra se formar uma certeza? Quanta sabedoria é necessária pra se acabar com a felicidade? Quantos questionamentos são precisos pra acabar com a paciência de quem responde? Quantas pontuações são usadas pra me fazer? Vários pontos finais, interrogativos, que exclamam, ou deixam a dúvida no ar...

                Que posso dizer, além de muito prazer, meu nome é você quem decide, pois eu ainda não achei um resposta que agradasse a todos.

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