quinta-feira, 18 de julho de 2013

Rascunhos

Eu fiz. Eu sei que fiz, eu fiz aquela declaração pra você. Mas ficou ruim, não consegui achar palavras pra expressar o meu amor, então amassei e joguei fora. E aquela carta pra minha amada, minha rainha, minha mãe, ficou feia, ficou simples. Aquela folha foi pro lixo. A homenagem à minha gata, minha companheira, minha melhor amiga, ficou pobre, clichê... Outra folha em vão. Tentei de novo, um simples bilhete pro homem da minha vida, meu herói, meu pai. Ih, não deu certo. Não chegou nem perto do que eu quis dizer, não pôs meu coração no papel. É, não foi dessa vez. Todos aqueles rascunhos enchendo meu lixeiro. Todas aquelas palavras parecendo tão fúteis aos meus olhos. Bufei irritada, e peguei o caderno. Tentei de novo. Dessa vez, uma coisa mais simples, pro pirralho que mais me irrita, mas que eu tanto amo. Uma droga, meloso de mais, idiota de mais. Fiz uma bolinha e joguei pra trás. Mais um rascunho enchendo o lixeiro e minha paciência. Resolvi mudar um pouco, fiz um rascunho diferente. Sorri com o resultado e resolvi passar a limpo. Guardei o rascunho, mas entreguei uma folha daquelas a todas as pessoas que o rascunho não me agradou, mas guardei um segredo comigo. Um segredo que talvez não as agradasse, mas que se eu negasse, estaria mentindo. Aquela folha, aquele único rascunho que me agradou, eu fiz pra mim mesma. Eu sei o que parece, mas os outros rascunhos, eu fiz pros outros, pensando única e exclusivamente em agradá-los, mas o meu, eu fiz pensando em me agradar primeiramente, e deu certo. O que eu tirei disso tudo? Comece se agradando, os outros são consequências disso.

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