Era quente, ela sabia que sim. Sonhava acordada pensando em
tocá-lo, em acaricia-lo, em poder sentir seus lábios e saboreá-los. Ansiava sua
pele como se fosse uma droga negada a uma viciada. Ela temia que esse vício fosse
real. Às vezes tinha a impressão de que, se um dia tivesse a chance de consumar
seus desejos, nunca mais conseguiria larga-lo. Pensamentos tolos de uma mente
fervilhante.
Observava-o de longe, cada curva sua a fazia tremer, ouvi-lo
falar trazia-lhe uma sensação prazerosa. Gostaria de observa-lo divagar por
horas, enquanto segurava sua mão e brincava com os fios de sua barba. Gostaria
de observa-lo no dia a dia, de decorar cada centímetro de sua pele e seus
trejeitos. Caso houvesse como, gostaria de se especializar nele, saber tudo o
que havia.
Adorava seus olhos, principalmente quando lhe fitavam.
Sentia as bochechas corarem e uma vontade súbita de rir nervosa, mas mesmo
assim, seu íntimo desejava que nunca desviasse o olhar. Tão boba, tão
sonhadora. Sabia o quanto era inútil reviver suas conversas e ansiá-lo. Era inalcançável,
de fato. Mas ela não podia evitar. Não queria.
Desejava ter mais lembranças com as quais divagar.
Desejava que as conversas durassem mais.
Desejava que ele também quisesse.
Desejava não ter que divagar tanto.
Desejava-o.
Mas ela era apenas uma sonhadora
Que sonhava com o impossível
adorei.
ResponderExcluir